Revisão veicular em dia evita acidentes e salva vidas.
O Brasil conta com uma frota total de 123.781.820 milhões de veículos e frota circulante ativa de 86.837.719 milhões de veículos (com pelo menos um licenciamento anual ou infrações nos últimos 10 anos). De janeiro e outubro de 2024 foram registrados 1.073.656 milhão de acidentes de trânsito, envolvendo 1.618.445 milhão de veículos. Os dados são do Renaest – Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, da Secretaria Nacional de Trânsito – Senatran, do Ministério dos Transportes.
Em dezembro de 2024 o Ministério da Saúde disponibilizou a base de dados consolidada do Sistema de Informações de Mortes (SIM) para o ano de 2023. Este documento apresenta uma análise dos óbitos no trânsito no Brasil, com foco na evolução desse cenário entre 2022 e 2023.
Conforme os dados, que estão no site do Observatório Nacional de Segurança Viária, a quantidade de óbitos anuais no trânsito brasileiro cresceu novamente. Em 2023, o Brasil apresentou um número de 34.881 óbitos no trânsito, um aumento de 987 óbitos em comparação com os dados de 2022, o que representa uma variação percentual de 2,91%.
O Nordeste apresentou o maior aumento percentual de óbitos no trânsito, atingindo 8,40%. Em ordem decrescente, segue a região Sudeste com um aumento de 2,30% e a região Centro-Oeste com 1,36%. As regiões Sul e Norte registraram uma redução nos óbitos por sinistros de trânsito, com decréscimos de 1,87% e 0,87%, respectivamente.

Em relação aos óbitos no trânsito por unidades da federação, os locais que apresentaram os maiores aumentos percentuais na quantidade de óbitos entre 2022 e 2023 foram:
Bahia: 15%
Piauí: 14%
Pernambuco: 11%
Por outro lado, as unidades que obtiveram as maiores reduções nos óbitos no trânsito foram:
Amapá: -16%
Acre: -10%
Distrito Federal: -9%
Rio Grande do Sul: -2,39%
Santa Catarina: Não houve alteração nos índices entre 2022 e 2023
Paraná: -2,47%
Considerando o modo de transporte em que a vítima se encontrava durante o sinistro, os modos com maiores aumentos percentuais entre 2022 e 2023 foram:
Triciclo: 37,50%
Bicicleta: 12,18%
Motocicleta: 11,77%
Pedestre: 5,10%
O modo Ônibus apresentou uma redução de 15,87% e a classificação “Outros” apresentou uma redução de 13,99%.
Confira tabela geral:

Causas dos acidentes nas vias brasileiras
Conforme dados abertos da Polícia Rodoviária Federal, 72% dos acidentes no Brasil são causados por falha humana; falhas nas vias correspondem a 14%; falhas mecânicas figuram 4%; e 10% são ocasionados por outros motivos.
Dentre as falhas humanas se destacam: reação tardia ou ineficiente do condutor, ausência de reação do condutor, velocidade incompatível, acessar a via sem observar a presença dos outros veículos, condutor deixou de manter distância do veículo da frente, manobra de mudança de faixa, ingestão de álcool pelo condutor, transitar na contramão, ultrapassagem indevida, condutor dormindo, trafegar com motocicleta (ou similar) entre as faixas, desrespeitar a preferência no cruzamento, conversão proibida, condutor usando celular, entre outros.
As principais causas de acidentes devido falhas nas vias são: iluminação deficiente, Acesso irregular, acumulo de água sobre o pavimento, ausência de sinalização, falta de elemento de contenção que evite a saída do leito carroçável, falta de acostamento, pista esburacada, entre outros.
Os 10% ocasionados por outros motivos referem-se a animais na pista, chuva, demais fenômenos da natureza, fumaça, neblina e pista escorregadia.
Mas queremos destacar neste conteúdo os acidentes causados por falhas mecânicas. Embora representem 4% do total, este registro ainda se faz significativo diante da quantidade de acidentes de trânsito que ocorrem anualmente (1.073.656milhão – entre janeiro e outubro de 2024).
Em um cálculo rápido chega-se ao montante de 42.947 acidentes que, talvez, poderiam ter sido evitados caso os veículos estivessem revisados e em condições de circulação. As principais causas de acidentes por falha veicular são: falhas mecânicas ou elétricas, seguidas de avarias e/ou desgaste excessivo no pneu, problema com o freio e suspensão e, para finalizar, faróis desregulados.
Relembrando alguns acidentes que repercutiram nas mídias, que ocorreram, provavelmente por falha mecânica:
Caso dos alunos da UFSM. Clique AQUI.
Caso da equipe de remo. Clique AQUI.
Revisão veicular
“Estar em dia com a revisão veicular, como verificado, não é apenas uma orientação das fabricantes, mas uma maneira de evitar acidentes e poupar vidas, a própria e a de terceiros, pois garante que o veículo esteja em boas condições de funcionamento e segurança. O pensamento sempre deve ser voltado à responsabilidade coletiva no trânsito”, destaca o presidente da Asdap, Henrique Steffen.

Todos os itens mencionados entre os maiores causadores de acidentes quando a falha é mecânica são avaliados em uma revisão: freios (evitam colisões), suspensão e direção (estabilidade e o controle do veículo), pneus (desgastados ou mal calibrados aumentam o risco de derrapagens), faróis e lanternas (fundamentais para a visibilidade).
Por meio do escaneamento do veículo são verificados problemas no motor, sistema elétrico ou na bateria, essencial para evitar panes, principalmente em vias rápidas.
Além de evitar acidentes, a revisão veicular garante outros benefícios: menor gasto de combustível, menos poluição, melhor resposta em situações de emergência e evita gastos mais caros e significativos futuramente.
Texto: Carla Wendt / Jornalista DRT 6412